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Hospital Casaredo 80

  A casaca púrpura   Passam na Terra como as ventanias, Ou como agigantadas nebulosas Provindas de cavernas misteriosas, Essas compactas legiões sombrias; Turbas de almas escravas de agonias, Com que andei entre queixas dolorosas,  Ao palmilhar estradas escabrosas Entre as noites mais lúgubres e frias! Oh! Visões de martírio que apavoram, Miseráveis espíritos que choram, Sobre os grilhões do rude sofrimento! Orai por eles, bons trabalhadores Que estais colhendo sobre a Terra as flores De um doce e temporário esquecimento. Antero de Quental     Uma casaca púrpura, brilhosa, surrada e mesmo assim em bom estado, com cheiro de mar, sob papel de seda. A caixa, decorada com feixes emaranhados, estampa suave, verdes e roxos e rosa, de tamanho suficiente para acomodar a roupa. Pouco maior que uma camisa, gola japonesa, botões de pressão pequeninos, perolados, um tom mais escuro que os roxos do ocaso. Se se olhasse bem, lembrava uma farda de almirante, sem insígnias, malha antiga. A melancolia

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