Vértebra 18
T11, saíra-azul ou a leveza “A tristeza, para o espírito, é como a água para o corpo. Se sentimos sede e não a bebemos, desidratamos. Se não sentimos tristeza, não percebemos a falta de espírito na alma. De que adianta uma alma vazia, um corpo desidratado? Quem não se entristece, precisa rever a sua própria existência pois, talvez, a falta dela seja um abandonar-se. A tristeza tem a conotação de valorizar tudo o que houve e tudo o que há de vir... ou, então, morrer!” [1] Benavente apreciava o Sorimã da copa de um cambuí e vinham-lhe lampejos do seu príncipe. Aín tinha sumido sobre as águas e, como o escritor nada podia fazer por aquela alma, ficou para trás. Quem sabe viessem ordens de ciceronear outro desesperado que estivesse em prisão e pudesse ser encaminhado para algum reduto renovador. Tantos humanos em trânsito, tantos adormecidos, mortos vivos, aparentemente sem função, ou conexão. Benavente tomou carona em um saíra-azul, no vácuo de seu voo. Qu...