A arenga de Isis

 
bordado de Thayana


Murmura a noite. Por Osíris!!
Ouve, que és tu Isis, a cantar o ambarino sobre bordão:
Responde, ó faustoso címbalo de Ápis,
Tens as musas suspensas pela mão.
É tarde já, a madrugada saúda tal voz.
Diz, ó Isis, elegias de aliciar os deuses
E coroas de sempre-vivas o samovar de Zaferan
Cantas, sôfrega, Isis. Por Belenos!!
Mais zéfiro a cada estrofe.
Pões a palma sobre o regaço desnudo
Onde a curva lasciva mais descai
Ris, triste até, de tanta verruga que tens
Fazes um carinho desavisado sobre o rosto gasto
E lembras os anos em que pêssegos sorriam de pejo
Dois versos em branco         
O Anjo faz da asa uma concha e guia a mão
Zílex e Vangarden a repicar o carrilhão.
A noite, metáfora, jura ambrosias. Isis a cantar.
Entregas tua face, teu fastio e amargura
Gelo seco na varanda e rubi.
E tarde já, a madrugada te saúda, ó Isis que canta.
Sabes que anseias chamar alguém que não vem;
O teu morfeu dos cicloramas.
Trauteias essas galanterias greco-egípcias por não poder chorar
O amor philia a te afligir, platônico
Um rumor dos mares de navegações primevas
Teu canto já não soa
Recôncavo dos mavericks havaianos
Tu que és cristalinas águas azuis.
Nenhum farol te dará guarida, deusa dos nadas...
Atravessas solitária a fímbria da vida
Sem vintém e gentilezas
Curva-te, dama do futuro!
O farol desponta no horizonte
No momento, só devo mirar-te
Tonta e cantante!

Onde foi que achei tua égide, ó Isis?

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