abril, face mistral





Estrela matutina, quem te pendurou no céu?
Um dia de vento? O sol por testemunha?
Nuvens brancas contra azul medelinho?
Aves migratórias acenando adeuses, cartas, beijos?
Obra prima dos arcanjos, brilho de um coração leigo?
Sopro de algum querubim sereno, entoando loas?
Ou, quem sabe, uma lágrima de certo olhar soslaio?
Um daqueles que remetem a quantos amores desfeitos?
Estrela matutina, quem te pendurou no céu?
Uma noite tão escura que chamou teu nome,
Rindo-se de tão medrosa?
Imagino que não te furtes a dizer-me
Dize, por doçura, de onde vem a aurora que anuncias?
Insisto, dize, para que eu possa despertar.
Cerro meus punhos, enterro as unhas nas palmas, espero.

Estrela matutina, quem te pendurou no céu?

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