Verano de kore


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Poderia dar tantos sentidos a este relato.
Tenho vivido (ou morrido) essa semana tórrida de Curitiba
com a vassoura em punho
minha cama não me encontra desde o dia de São Sebastião
forrei meu sofá de terra
ontem ate açúcar e formiga
e ali tenho repousado
se o revirar para ca e para la pode ser chamado de descanso
ali tenho jogado a colcha esfiapada aos pes
e sobre o corpo
e aos pes
num sufoco de dormir
e atravessar a grande agua
o grande canal
no bolso do vestido
que nao dispo ha dias
a moeda para Caronte
os olhos tem poças de lagrima
estão fundos, papadas azuis...
a vela acesa, símbolo de caminho do Espírito ao Movimento
ou ausência de, ou ambos, entretecidos no buraco negro que não existe...
Não pense que me pegara desprevenida
vigio, pois...
lembra-te
a vassoura em punho não dispõe de concessões
O gato branco e preto descabelado não veio hoje 
no lugar a breve borboleta
disposta a entregar-se em minha sala
Deixei em paz o Lord que me acode desde São Sebastião
a ele ja perguntei absurdos
já fui cão a lhe pedir abrigo
noiva desesperançada 
arvore
hoje humus sob as folhas de outono
ah, verano de kore, tão quente, tão quente, esmagador...
rasguei todas as cartas
quase as canções voaram janela a fora
igualmente nessa semana de fogo
basta!!
rezar tem sido como cuspir sangue e a borra seca de minha bronquite
a vassoura, sustentada sobre a cabeca
mantém meus pulsos fora da minha vista...
todos os alopaticos escorrem, misturados a amoníaco...
fugas espetaculares não me ocorrem, mas as discretas, essas andam sob patas rasas
vale pensar na arma de fogo varrendo a todos em sonho
e a urina escorrendo aos borbotões...
amanha conhecerei um homem com nome de Anjo...
por ora e só 


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