Rosas de aleluia

Ofereço rosas no sábado.
Vermelhas, exuberantes, incandescentes.
Ofereço rosas que não tenho.
Rosas-palavra. Sem perfume.
Tão perfeitas como em tela de Cézanne.
Ofereço rosas no sábado:
Pelas abençoadas moedas poupadas
Que garantiram a água de beber e lavar.
Ofereço rosas no sábado:
Para que a falência não venha mais!
Para que os erros não se repitam!
Sei que, em alguns postes, o boneco de Judas arde.
Histórias mal contadas, se a sina de Jesus já estava escrita.
Em minhas fantasias, há um Judas-pai pendurado num poste
A camaçadas excomungado.
A sina humana é um negócio da China!
Em minhas fantasias, tantas,
Queria que a mim as rosas e as moedas
Viessem por vir
Não por mérito.
Queria dez milhões de dólares,
Trinta mil reais,
Para quê, nem sei...
São Jorge, São João Batista, valei-me,
Que os perfumes vêm de Santo Antonio!
Ofereço rosas,
Santo Antonio,
Rosas-palavra,
Porque não sei muito em que acreditar.
Então ofereço rosas,
Rosas se rindo dos afagos das abelhas.
Rosas enamoradas.
Rosas de aleluia.

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