A dança livre das violetas e o gato de cerâmica

Conheci os gatos de pertinho tem onze anos.

Desde então, tenho com eles uma parceria bonita.

E dois sujeitos dessa espécie são filhos

Adotados, vacinados, cuidados, amados:

Lino e Giorgio.

Também passaram uns tempos em casa

Mario e Ricardo.

Também tive a filha, a Princesa Zur Sem Orelha.

Porque a natureza os convocou, passaram.

Lino está aqui, sendo o escudeiro,

O ninho, aquele por quem é bom chegar,

Por quem é bom esperar, sorrir.

Na janela fica o altarzinho

Uma fibra de cerâmica de Giorgio

A ensaiar seu salto.

Ali, vibrantes, floridas, as violetas dançam.

Te faço presente delas, Santo Antonio.

Te dedico a mesma janela

As mesmas violetas.

Se for possível, olhes pelo Giorgio que já não é.

E pelo Mario, pelo Ricardo,

Pela Princesa, que ficou com a janela,

porque eu senti que assim seria bem.

Se com os machinhos o chamado se deu

E mesmo se ainda estiverem vivos,

Brincando em algum jardim, olhe por eles,

Santin' de Lisboa.

Olhe por mim, meu santo,

Pela minha alma que quer amansar e crescer.

Lhe dou glórias.

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