Virginal*
*pinturas naif
Há mais uma festa de estrelas no firmamento.
O teu olhar brilha sobre a Terra,
Protegendo e amparando
As mulheres frias,
As mulheres desesperadas
As mulheres velhas, as caídas, as caiadas,
As de ninguém
As derretidas, distraídas, invejosas
As mulheres fadadas, saídas
Cansadas, paradas e crianças
As felizes e as nem tanto.
Há mais um outono singrando
E mais naus pelo céu se guiando
Já não há pecado nem dor
Talvez um pouco de amor.
A força de um abraço em atmosfera virginal
E o convite para brindar os ciclos
Quase diz tudo.
Quase basta.
Falta a caixinha, o bolo, as velinhas.
Penso, Santo Antonio, que o Belo há de vir.
E há de vir Portugal.
Já não sei quem sou, se mulher alada,
Roubada, despeitada ou murcha.
Sou mulher.
Valei-me, meu Santo.
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