Fatos e valores


* foto de Fábio Kwasnieski

Edu, Moço bonito, Moço bonito, Edu, Canto Triste, Adeus, Moço bonito. Hoje o Moço bonito veio falar comigo lá no teatro, no final de um show (ruim, o som do teatro é uma vergonha). O show do Edu. Meu querido Edu da voz profunda. E não adianta quebrantar o espírito, embalá-lo com chorinhos ou boleros frevados que negócio é renovação celular, é filosofia profunda, é Leon Denis, é academia, é seguir dignamente, o melhor que puder, longe de tudo o que me desanda, desanca e provoca gastura. Sou mestre, já disse, “sou lúcida, merda, sou lúcida”. Viva Fernando!!!! Eu não mereço ficar parada acenando, lamentando uma perda que nem tive. Nossa... chamei Jesus muitas vezes... o homem "ta deverasmenti bunitu", Jesus, que homem lindo, que homem Homem, Jesus, como foi bom topar com um "artista de cinema" daquele. Que homem!!! Eu realmente me apaixonei assim. Foi paixão dorida, um sentimento intenso e duradouro. Um fato de valor. Moço bonito, com quem eu tive o prazer de cantar. Preserve-se a ética profissional, é minha bandeira hoje! Hoje quis beijar aquele hálito. Aqueles lábios. Ele me beijou a testa, a mão. Eu queria ter sido desse moço. Queria muito... acho que sei me controlar e usar de disciplina pra superar isso tudo... um fato de valor.

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E para coroar, a Elegia (1933- 1937) de Cecília Meireles, escrita a mão, que guardei todos esses anos, era para a sicrana, não para mim. Sei lá, não me dei conta, esqueci, misturou nos meus pertences de penteadeira. Eu achava a sicrana uma santa, magina desconfiar. Deus! Que coisa, fiquei com uma declaração de amor, mais especificamente um réquiem, de uma aluna para a sicrana. Não era presente para mim. Entendeu? Nem eu...

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Eu tenho uma história afetiva tão banal e ao mesmo tempo tão virada no avesso que não sei muito como argumentar, o que dizer. Já falei isso esses tempos: é fácil apelar para uma falta de conhecimento, falta de aprendizado. Mas como relacionar-se com pessoas, em qualquer âmbito, é coisa que se aprende, eu tenho é que "aprender" algum interesse em rever essas lições. Não adianta ficar achincalhando homens e mulheres, chamando-os de hienas (foi o bicho canalha de quem eu me lembrei primeiro, me desculpem as matilhas de hienas desta Terra), ou bicho que o valha. Sou eu quem tem que se ater a fatos reais, ou mesmo valorar toda a história pessoal novamente.

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Quero terminar essa breve conversa dizendo que to escrevendo aqui por que sobrou tempo, não tenho um artigo do Beethoven pra armar, lembra? Tirei B...

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Obrigada por ter-se lembrado de mim, Gilson.

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Obrigada por ter vindo me ver, Moço bonito. Mesmo que você não lembre, não pense, não tenha nada pra me oferecer. Nesse último quesito estamos empatados.

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Ninguém vive de afeto. E é só o que tenho, uma tristeza imensa no meu peito pra lhe oferecer... obrigada pelo contato físico, tão importante pra mim.

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Mas se já tenho alguma consideração por mim, bora seguir em frente...

para o grande Edu Lobo, a quem fui ouvir pessoalmente noite passada, na agradável companhia desse doce amigo Gilson.

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