As cidades


Meu Santo Antonio, os semáforos mudam de cor.

E este pulsar cria leveza e fluxo.

As cidades nasceram para que as pessoas

Pudessem somar leveza. E fluxo.

Qual a minha responsabilidade

Pela leveza e fluxo das cidades?

Onde está Ítalo Calvino agora, que me poderia saciar

com sua leveza?

Os mortos, leves.

Os vivos e o centro urbano.

As pessoas que sofrem e ainda assim são felizes..

Beliscam-se e estão vivas.

Um leve sentimento de fatuidade.

Os poetas da tuberculose, os pintores do centro psiquiátrico.

As cidades. As cidades famosas, as febres das cidades,

As luzes, o ouro, glamour, a felicidade.

Estou serena, como num nada fazer.

Porque o fluxo está vinculado aos semáforos.

Não posso ser um semáforo. Não me foi dada a poção.

Sem sobranceria,

O mundo está em minhas mãos.

Livre-me dos vícios!

Permita que eu veja além dos faróis

E alcance, meu Santo

A ilustração.

Amém.

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