ciranda das flores 11




Que é o jardineiro? O plantador da dama da noite? E o lótus, a frutillaria? Que é o semeador do berílio, do rádio, do silício? O expansor dos mares. O declinador de poemas épicos. Aquele que salgou a água marinha. E pintou de azul lunar a pedra. Deu voz, deu oportunidades, deu coração, carícia. Deu visão. Sombra. Luz. A casa pequenina onde convivem bilhares de lobos frontais. Deu frequências. E sinfonias. O polegar opositor. Zombaria, ironia, palavras torpes, a arma de fogo. Eis o paradoxo. Que é o jardineiro? O depurador dos pântanos? Das crateras, das fossas? Que é o arador do Osorno, do Alam-Kuh? O contendor de desfiladeiros. O escansor de redondilhas. Aquele que deixou beber no rio. E amontoou a areia para que o siri tivesse morada. Deu louro, manjericão. Deu força, atração. Deu escutar os suspiros estelares. Calor. Frio. A casa pequenina, pontinho no Universo, cada vez mais livre. Deu pausas. Rubatos. A coluna vertebral. Mofino, ciúme, palavras ao vento, o punhal. Eis a ambivalência. Hoje não é dia de histórias. É dia de corrigir uma rota, mostrar o caminho a um filho, mais velho que a própria mãe.  

 

 

 

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