Borboleta

Voa breve pela mata amarelecida.
Voa vinte e quatro horas sem parar.
Voa. E tanto que voa que entontece
E dorme. E, enquanto dorme, vai.
Vai e no outro dia é só seu pó
Espargido sobre as folhas.
Um rastro fosforescente de voar;
Serpentinas de través na pétala,
Enlevos de infinito flutuar.
Firulas de quem tem fome e,
Por um momento,
Num dia,
Perdeu as palavras que passavam,
Borboleta,
E está sem jantar.
Voa breve pela mata amarelecida
Uma palavra-borboleta para Ti.
Que Tu possas valer por nós.
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