olhar o mar de outubro
Na visitação ao horizonte tangível, linha do olhar o mar
Envolto em fidalguias e prodigalidades
Mais uma vez o capitão afunda o rosto entre os braços, a
mesa de travesseiro
Sobra-lhe tanto de viver que se vê enlevado, pondo de banda
os óculos
O nariz aponta uma ilha distante ao sul do continente
australiano
Limite entre viagens antigas e a fazer
Nada lhe dá mais satisfação que adernar a nau e partir,
rumar
Entretém-se a relembrar sereias, pranto e bujarronas
Manobras de fuga e avanços sem fim nas tormentas
Lua e sol presentes nesse lembrar, delimitando as jornadas
sem porto
Um tempo bom, outro menos, mais concursos, consórcios,
contendas
Abrandado, abraça mais o rosto e dorme, o mar de acalanto
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